Estigma em pacientes admitidos em urgência/emergência por tentativa de suicídio: Análise de estudantes e profissionais da saúde a partir de casos hipotéticos

Autores

  • Amanda Resende Dória Universidade Federal de Sergipe
  • André Faro Universidade Federal de Sergipe

Palavras-chave:

Suicídio, Estigma, Urgência e emergencia, Tentativa de suicídio

Resumo

OBJETIVO: O presente estudo buscou analisar, segundo estudantes e profissionais de saúde, estigmas que perpassam o atendimento ao paciente admitido por tentativa de suicídio. MÉTODO: Foram construídos três Cenários de Estudo (CEs) com cinco casos clínicos e, dentre eles, uma vítima de tentativa de suicídio. Os CEs variaram de acordo com o tipo de deliberação da causa de internação (ativa-DA, passiva-DP, ou casos comuns ao cotidiano - AC) e descreveram situações fictícias nos quais pacientes atendimentos em um setor de urgência ou emergência hospitalar necessitavam suporte de Ventilação Mecânica (VM), embora só houvesse três disponíveis. Os 174 participantes tiveram que responder a um questionário referente a apenas um CE e desconheciam a existência dos outros CEs. Solicitou-se que eles estabelecessem uma ordem de prioridade de recebimento da VM entre os pacientes. RESULTADOS: Nos resultados, em DP e AC, o paciente que tentou suicídio não receberia suporte de VM. Porém, em DA, ele foi prioritário. CONCLUSÃO: Os achados sugerem a presença de estigma em relação ao paciente vítima de tentativa de suicídio e esse estigma também parece sofrer influência do contexto no qual o paciente está inserido.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

Abreu, K. P., Lima, M. A. D. S., Kohlrausch, E., & Soares, J. F. (2010). Comportamento suicida: Fatores de risco e intervenções preventivas. Revista Eletrônica de Enfermagem, 12, 195-200.

Albuquerque, J. H. M., Félix, T. A., Flôr, S. M. C., Moreira, R. M. M., & Oliveira, E. N. (2017). Análise epidemiológica de óbitos por suicídio. Revista de Políticas Públicas, 16, 29-34.

Andrade, T. M. de, & Ronzani, T. M. (2014). A estigmatização associada ao uso de substâncias como obstáculo à detecção, prevenção e tratamento. O uso de substâncias psicoativas no Brasil: Módulo 1, 140. Disponível em: http://www.supera.senad.gov.br/pluginfile.php/62073/mod_resource/content/1/SUP7_Mod1.pdf

Avanci, R. C., Pedrão, L. J., & Júnior, M. L. C.n (2005). Tentativa de suicídio na adolescência: Considerações sobre a dificuldade de realização diagnóstica e a abordagem do profissional de enfermagem. Revista Eletrônica Saúde Mental Álcool e Drogas, 1, 1-8.

Azevedo, E. G. (2012). A abordagem ao suicídio no SUS (Trabalho de Conclusão de Curso). Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, Santa Catarina.

Bertolote, J.M., Mello-Santos, C. de, & Botega, N. J. (2010). Detecção do risco de suicídio nos serviços de emergência psiquiátrica. Revista Brasileira de Psiquiatria, 32, 87-95.

Borges, G., Medina-Mora, M. E., Orozco, R., Ouéda, C., Villatoro, J., & Fleiz, C. (2009). Distribución y determinantes sociodemográficos de la conducta suicida en México. Salud Mental, 32(5), 413-425.

Carmona-Navarro, M. C., & Pichardo-martínez, M. C. (2012). Atitudes do profissional de enfermagem em relação ao comportamento suicida: Influência da inteligência emocional. Revista Latino Americana de Enfermagem, 20. doi: 10.1590/S0104-11692012000600019

Chachamovich, E.,Stefanello, S., Botega, N., & Turecki,G. (2009). Quais são os recentes achados clínicos sobre a associação entre depressão e suicídio? Revista Brasileira de Psiquiatria, 31, 18-25.

Cleaver, K. (2014). Attitudes of emergency care staff towards young people who self-harm: A scoping review. International Emergency Nursing, 22, 52–61.

Código Penal Brasileiro (1940). Brasília. Recuperado em 21 de outubro de 2017, de http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848compilado.htm.

Dias, I. de M. T. (2011). Estigma e ressocialização - Uma análise sobre direitos humanos e reintegração de adolescentes em conflito com a lei. Videre, 87–109.

Erdfelder, E., Faul, F., & Buchner, A. (1996). GPOWER: A general power analysis program. Behavior Research Methods, Instruments, & Computers, 28, 1–11. doi: doi:10.3758/BF03203630

Ferreira, A. D. (2012). Caracterização dos atendimentos por tentativa de suicídio em hospital geral de emergências e evolução durante dois anos (Dissertação de mestrado). Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, São Paulo.

Fortney, J., Mukherjee, S., Curran, G., Fortney, S., Han, X., Booth, BM (2004). Factors associated with perceived stigma for alcohol use and treatment among at-risk drinkers. Behavioral Health Services & Research, 31(4), 418-429.

Kohlrausch, E., Lima, M. A. D. S., Abreu, K. P., & Soares, J. S. F. (2008). Atendimento ao comportamento suicida: Concepções de enfermeiras de unidades de saúde. Ciência, Cuidado e Saúde, 7(4), 468-475.

Lester, D., & Walker, R. L. (2006). The stigma for attempting suicide and the loss to suicide prevention efforts. Crisis, 27, 147–148. doi: 10.1027/0227-5910.27.3.147

Lizardi, D., & Stanley, B. (2010). Treatment Engagement: A neglected aspect in the psychiatric care of suicidal patients. Psychiatric Services, 61(12), 1183-1191.

Lovisi, G. M., Santos, S. A., Legay, L., Abelha, L., & Valencia, E. (2009). Análise epidemiológica do suicídio no Brasil entre 1980 e 2006. Revista Brasileira de Psiquiatria, 31(2), 86-94.

Marín-León, L., & Barros, M. B. A.(2003). Mortes por suicídio: Diferenças de gênero e nível socioeconômico. Revista de Saude Pública, 37(3), 357–363.

Machin, R. (2009). Nem doente, nem vítima: O atendimento às “lesões autoprovocadas” nas emergências. Ciência & Saúde Coletiva, 14, 1741-1750. doi: 10.1590/S1413-81232009000500015

Meneghel, S. N., Victora, C. G., Faria, N. M. X., Carvalho, L. A., & Falk, J. W. (2004). Características epidemiológicas do suicídio no Rio Grande do Sul. Revista de Saúde Pública, 38(6), 804-810. doi: 10.1590/S0034-89102004000600008

Nascimento, A. P. P. do. (2011). O cuidado prestado a pessoas que tentaram suicídio: Questões sobre a formação para o trabalho em saúde. Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro.

Nebhinani, M., Nebhinani, N., Tamphasana, L., & Gaikwad, A. D. (2013). Nursing students’ attitude towards suicide attempters: A study from rural part of Northern India. Journal of Neurosciences in Rural Practice, 4, 400–407. doi: 10.4103/0976-3147.120240

O’Dwyer, G. O., Oliveira, S. P. de, Seta, M. H. de. (2009). Avaliação dos serviços hospitalares de emergência do programa QualiSUS. Ciência & Saúde Coletiva, 14(5), 1881-1890. doi: 10.1590/S1413-81232009000500030

Organização Mundial de Saúde (OMS). (2012). Public health action for the prevention of suicide. Acesso em 25 de Junho, 2015, de http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/75166/1/9789241503570_eng.pdf?ua=1.

Organização Mundial de Saúde (OMS). (2014). Preventing suicide: A global imperative. Acesso em 23 de setembro, 2015, de: http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/131056/1/9789241564779_eng.pdf

Organização Mundial da Saúde (OMS). (2015). Global Health Observatory (GHO) data. Acesso em 20 de outubro, 2017, de http://www.who.int/gho/mental_health/suicide_rates_crude/en/#

Ronzani, T. M., & Furtado, E. F. (2010). Estigma social sobre o uso de álcool. Jornal Brasileiro de Psiquiatria, 59(4), 326–332. doi: 10.1590/S0047-20852010000400010.

Sarti, C. A. (2005). O atendimento de emergência a corpos feridos por atos violentos. Revista Saúde Coletiva, 15, 107-126. doi: 10.1590/S0103-73312005000100007.

Silva, T. de P. S. da, Sougey, Botelho E., & Silva, J. (2015). Estigma social no comportamento suicida: reflexões bioéticas. Revista Bioética,23(2), 419-426.doi: 10.1590/1983-80422015232080

Siqueira, R. de, & Cardoso, H. (2011). O conceito de estigma como processo social: Uma aproximação teórica a partir da literatura norte-americana. Imagonautas, 2, 92–113.

Tsao, C. I. P., Tummala, A., & Roberts, L. W. (2008). Stigma in mental health care. Academic Psychiatry, 32, 70–72. doi: 10.1176/appi.ap.32.2.70

Tzeng, W.-C., & Lipson, J. G. (2004). The cultural context of suicide stigma in Taiwan. Qualitative Health Research, 14, 345–358. doi: 10.1177/1049732303262057

Viana, G. N., Zenkner, F. D. M., Sakae, T. M., & Escobar, B. T. (2008). Prevalência de suicídio no Sul do Brasil, 2001-2005. Jornal Brasileiro de Psiquiatria, 57, 38–43. doi: 10.1590/S0047-20852008000100008.

Vidal, C. E. L., & Gontijo, E. D. (2013). Tentativas de suicídio e o acolhimento nos serviços de urgência: A percepção de quem tenta. Cadernos Saúde Coletiva, 21, 108–114. doi: 10.1590/S1414-462X2013000200002

Wallin, U., & Runeson, B. (2003). Attitudes towards suicide and suicidal patients among medical students. European Psychiatry, 18, 329-333.doi: 10.1016/j.eurpsy.2003.03.006.

Zanelatto, D. M., & Pai, D. D. (2010). Práticas de acolhimento no serviço de emergência: A perspectiva dos profissionais de enfermagem. Ciência, Cuidado e Saúde, 9(2), 358-365. doi: 10.4025/cienccuidsaude.v9i2.9390.

Downloads

Publicado

2018-01-26

Edição

Seção

Artículos

Como Citar

Estigma em pacientes admitidos em urgência/emergência por tentativa de suicídio: Análise de estudantes e profissionais da saúde a partir de casos hipotéticos. (2018). Salud & Sociedad, 8(3), 200-215. https://revistas.ucn.cl/index.php/saludysociedad/article/view/2648